quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que os olhos não veêm.

Seu corpo foi estremecendo e todos os pêlos ficando eriçados. A cada toque, um gemido. Um prazer incontestável e a certeza de que aquele era seu lugar. Seu momento.

O calor do ambiente com o seu fazia tudo ficar mais fantástico. Em certos instantes flutuava. Sentia o teto e o chão ao mesmo tempo. Conseguia nesse exato momento sair de si e ver-se tomado por tamanho prazer que sua respiração passara a ser controlada por seus movimentos. Bruscos, delicados, expansivos, contorcidos. Bailava em um ritmo próprio e desconhecido. Alucinado e delirante.

A pouca luz foi clareando sua face coberta de suor. Um vapor envolvia seu corpo e o conduzia na escuridão em direção à porta. Saiu do ambiente e sentiu-se pesado. Cansado. Sempre a mesma sensação. O ar frio o envolvia e provocara nele um choque térmico e moral.

Seu porte ereto e altivo indicava que o lobo saciara sua sede. Estava satisfeito por hora.

Precisava beber algo. Um líquido que o ajudasse a engolir a situação e diluir o doce sabor do pecado na sua boca. Pediu um uísque. Malte é um bom disfarce.

Agora com o paladar apurado. Voltou ao lugar escuro.

Seus sentidos aguçados causavam-lhe vertigens. Sua boca secara. A pressão em seu peito aumentava a cada passo. Seu sangue queria sair por seus poros. O desejo tomara-lhe conta quando invadia o breu. Retornou ao seu estado natural, instintivo, ao cio.

O relógio avisou que acabara seu intervalo. São 18 e 30. Precisava volver ao plantão. Tomou banho, vestiu o uniforme. Voltou ao batalhão. Amanhã regressaria a sauna e continuaria suas aventuras.



01/03/2010

Marckson de moraes.

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